domingo, 31 de agosto de 2014

Agradecimentos Dissertativos

Venho por meio deste tornar públicos meus agradecimentos da Dissertação de mestrado! (TÁ ACABANDO!)


A confecção deste trabalho é certamente o resultado de muitas conversas, discussões, insights e reflexões filosóficas que ocorreram durante o período de mestrado em Economia do Desenvolvimento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGE/UFRGS), a qual, enquanto instituição, merece um agradecimento especial por ter me fornecido o ambiente propício para o debate acadêmico.

Mas essa instituição é formada por pessoas, dentre as quais agradeço especialmente ao meu orientador, professor Flávio Comim, que, para além da admiração enquanto mestre, é para mim um exemplo de ser humano, com quem muito aprendi sobre a necessidade de pensar o enfrentamento dos problemas de forma prática e concreta, utilizando o conhecimento acadêmico como uma ferramenta transformadora.

Aos professores que aceitaram meu convite para participar da banca de avaliação, Prof. Sabino Porto Jr., grande exemplo de dedicação na academia e de interesse no desenvolvimento intelectual dos alunos; Prof. Eduardo Filippi, que muito contribuiu desde o início ainda na etapa de projeto; e Prof. Maurício Amazonas, um dos responsáveis pelo meu interesse na área ambiental desde o início da minha vida acadêmica. Agradeço também ao meu orientador de monografia, Prof. Daniel Caixeta, que mesmo distante forneceu dicas e sugestões importantes para o trabalho.

Não poderia deixar de agradecer à CAPES pela oportunidade do mestrado e a todo o corpo docente do programa de pós-graduação em Economia, responsável pela expansão dos meus horizontes de pensamento e por uma etapa crucial da minha formação que é coroada com este trabalho. Um agradecimento especial ao pessoal da secretaria do PPGE que sempre me auxiliou com total prestatividade e simpatia, e ao pessoal da biblioteca, pela disponibilidade em auxiliar nas questões de formatação.

Agradecimento especial aos meus colegas de mestrado em Desenvolvimento que, juntos, formamos uma “turma” de verdade, dentro e fora da universidade. Discussões sobre os temas mais variados eram corriqueiras nos corredores ou nas mesas de bar, configurando oportunidades únicas de confrontar pontos de vista tão diversos, mas todos orientados pela construção de soluções para o mundo.

Aos colegas de mestrado em Economia Aplicada que tenho o prazer de ter como amigos e que também muito contribuíram para meus insights em diversas conversas que tivemos. Um especial aos membros da república “Uai Sô Serious”, por termos vivido Porto Alegre juntos nos problemas acadêmicos e cotidianos, por terem me ensinado muito sobre tudo.

Àqueles que participaram dos grupos de discussão dos quais fiz parte, colegas de economia, direito, filosofia e outras áreas que se reuniam para debater questões de justiça, algo que parece extremamente abstrato e longe da realidade, mas que na verdade faz parte da vida cotidiana e foi responsável por me chamar a atenção para a distância que não deve existir entre ética e economia.

Aos colegas de trabalho na Fundação Getúlio Vargas, que fizeram parte de um novo momento da minha vida e que também contribuíram para meu amadurecimento acadêmico e profissional. Um especial à Letícia e à Bárbara por aguentarem ouvir meus questionamentos em período final de dissertação e por contribuírem com seus pontos de vista sobre o trabalho.

Ao meu grande amigo Lucas, parceiro de todos os momentos que para além de amigo de longa data, é meu parceiro intelectual, alguém com que compartilhei insights filosóficos durante todo o processo e que me devolvia com reflexões ainda mais maduras e revolucionárias, o que foi crucial para delinear meu pensamento. Além de tudo isso, me ajudou a fazer um abstract linguisticamente correto!

Por fim, mas não menos importante, aos meus familiares que sempre me colocaram num caminho correto e sempre me incentivaram a ser uma pessoa cada vez melhor. À minha mãezinha querida que se preocupa comigo 24h por dia, que me ensinou a importância da humildade e da simplicidade, ao meu querido pai que sempre me estimula seguir em frente sem perder o valor da honestidade, e ao meu irmão William, cujo conselho e suporte foram cruciais para a formação do que sou hoje.

Vou colocar a epígrafe também:


“You can choose a ready guide in some celestial voice
If you choose not to decide you still have made a choice
You can choose from phantom fears and kindness that can kill
I will choose a path that’s clear
I will choose Freewill”

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Postagem Sentimental ou "do bolor"




Este blog sempre é recheado de devaneios (pseudo) filosóficos e discussões meio acadêmicas meio de amenidades, tudo sempre numa esfera meio...racional. Inclusive quando escrevi sobre a Cultura Racional!

Hoje o teor é bem diferente.


Depois de ter acordado com alguns azares cotidianos e ter achado que hoje era aquele dia pra ficar em casa sem fazer nada porque a vida tava conspirando contra, acabei tendo um dia de trabalho interessante e um pouco cansativo, nada que destoasse muito da normalidade (à exceção do pneu furado da bicicleta). Depois disso, treino, cansaço físico, até meio além da conta... resolvi passar no supermercado e comprar uma...água sanitária! Acabei comprando água sanitária, suco de laranja, uma caixa de cerveja (receberei visitas no fim de semana...) e 2 pães de queijo. Comi um ali mesmo, tamanha a fome pós treino. O outro dei para um mendigo na rua, que havia inclusive perguntado antes se eu não poderia comprar algo pra ele comer.

Agora porque a água sanitária?


Estava decidido, mesmo apesar daquele dia todo, que ia chegar em casa e tirar todo o mofo impregnado no teto do quarto, depois de vários e vários dias úmidos nessa capital gaúcha que, por sinal, tem o tempo mais volátil do que os derivativos financeiros. Aquelas coisas que você nunca faz, mas um dia tem que fazer. Tirei todo o mofo com certa violência até. O resultado foi bem legal.

Mas talvez o maior bolor estivesse ali, nas lembranças.

A maior preocupação do Arnaldo Baptista em 1974 era se ele seria "esquecido" (pela Rita ou pelo mundo da música, ou pelos dois). "Será que eu vou virar bolor?" ele se perguntava. Realmente, o que a gente esquece, vira bolor. Foi o que aconteceu com uma pequena pastinha no canto da prateleira. Mofou toda. Tive uma crise de espirro quando fui pegá-la.

Limpei, tirei todo o mofo e abri. Deve ter sido a segunda ou terceira vez que abri essa pastinha (na minha vida). Ela continha lembranças, nada mais do que isso. Direto eu me pergunto porque eu guardo algumas coisas, mas quando me vejo nesses momentos eu entendo porquê. Parece um amontoado de tralha, lixo, coisa inútil mesmo, mas não é. Todos aqueles "souvernirs" ali me trouxeram imediatamente lembranças de um passado já meio distante, me fizeram rir. Me tiraram sorrisos verdadeiros da cara. Muitas diziam coisas como "você vai mostrar isso para os seus netos" ou "um dia você vai abrir essa carta de novo e lembrar desse tempo" entre outras coisas. Pois é.

Era uma pastinha com muito amor dentro, sem dúvida.

Lembranças são coisas meio cruéis. Ao mesmo tempo que elas são mágicas e nos fazem lembrar de tantas pessoas que marcaram nossas vidas (e que tiveram suas vidas marcadas por nós também, o que traz outra sensação muito boa), elas nos fazem questionar sobre o modo como levamos a vida, e se não deveríamos estar dando mais importância para as pessoas... a vida vai girando, levando a gente de um lugar para outro e as pessoas vão ficando, como um trem passando pelas estações. E às vezes dá um certo medo de estar, de certa forma, virando bolor também.

Mas acho que o saldo é positivo. Fiquei ali talvez uma hora vendo cada carta, cada bilhete, cada presente, cartão postal, foto... tirando todo o bolor das lembranças esquecidas e que voltaram todas à mente num piscar de olhos. Entendi mais uma vez perfeitamente para que servem as lembranças: essas coisas simples da vida que nos fazem muito bem. Me sinto estimulado e com um certo senso de "dever" de querer cultivar mais isso, instantaneamente. Mas contraditoriamente, sinto um pequeno receio disso virar bolor de novo.

Era Digital: faça o que você quiser, acho que um pedaço de papel com umas coisas escritas nunca vai ter seu valor substituído por nada.