sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Knight$ in $atan $ervice

Aqui está um tema que eu adoro e que se resume a uma palavra pequena, simples, fácil de pronunciar, fácil de lembrar e, é claro, que gera controvérsias:

KISS

Existem aqueles loucos por demônios/ amedrontados de plantão/ causadores de controvérsias desnecessárias que tacham essa grande banda de rock n' roll nascida nos anos 70 de um grupo de cavaleiros demoníacos a serviço Dele: a nossa querida entidade superior do reino dos inferninhos onde se encontra um monte de gente interessante, de Jimi Hendrix a Tim Maia (ou será que esse último foi pra planície racional?)


Elocubrações a parte, o Kiss nada mais é do que uma grande iniciativa marqueteira de duas mentes capitalistas bastante oportunistas: Gene Simmons e Paul Stanley. Mais o primeiro que o segundo. Só para fazer aparecer a banda e torná-la conhecida, várias iniciativas foram postas em prática: contratar o The Who para abrir seu próprio show, utilizar uma pintura inusitada a uma maneira bastante peculiar de Glam Rock, criar um nome fácil de pregar na cabeça das pessoas e é claro: aprender a tocar os instrumentos. É fácil perceber que o próprio Gene não parece ter muita "familiaridade" com o baixo nos primeiros shows da banda. Seus incríveis solos se resumiam a uma performance que envolvia MUITO SUCO DE GROSELHA e pouca técnica. Na verdade, ele só tocava uma nota contínua: Mi.

Essa banda se tornou um dos maiores ícones do rock n' roll em sua formação original, que contava com os dois marqueteiros mais o dono da inovadora Gibson Les Paul de 3 captadores: Ace Frehley e o baterista com voz de blues man: Peter Criss. Inegavelmente muitas boas músicas foram produzidas durante essa carreira, mas claro, sem nunca deixar de lado o interesse nas verdinhas. Hoje, o Gene Simmons tem um programa na linha do The Osbournes, no qual ele é mostrado junto com sua família e seus inúmeros negócios. Dentre eles, as lojas de produtos do Kiss.

E quem diria! Eles estão aí de volta pra fazer rock n' roll! Todo mundo devia pensar que eles só iam fazer mais uns showzinhos mesmo e tal...Não, tem álbum novo na parada: e não é ruim. Sonic Boom vem para mostrar que a velharia marqueteira tá aí firme pra continuar ganhando dinheiro e fazendo rock! E eles foram espertos mais uma vez: fizeram um som característico de riffs marcantes, com uma presença gorda dos instrumentos, refrões grudentos e...nada de novo de fato, mas é bom mesmo assim. A estratégia é: continuar agradando os velhos ouvidos, que inclusive podem pagar um pouco mais para obter um material especial como box com gravações exclusivas ao vivo e tudo mais. E aí estão, os dois velhos marqueteiros e os dois "contratados": Tommy Thayer na guitarra e Eric Singer na bateria. Curioso o fato de estarem utilizando as mesmas pinturas do Ace e do Peter. Quando a banda passou por mudanças de formação, como na década de 80 com Vinnie Vincent e Eric Carr, suas pinturas eram diferentes daquelas dos membros originais. Talvez mais uma estratégia bem bolada?

Deixo o álbum pra quem quiser ouvir como contribuição dessa postagem! E espero ter alcançado o meu objetivo principal aqui que era provar que esses caras nada tem de satânicos. Eu acho o David Bowie muito mais estranho do que eles para falar a verdade, mas ele foi tachado de outras coisas que não satânico. Imagino o que essas pessoas achariam ao ouvir bandas como Brujeria.

Aqui está:

2009 - Kiss - Sonic Boom


http://sharebee.com/20322aa6


01 - Modern Day Delilah
02 - Russian Roulette
03 - Never Enough
04 - Yes I Know (Nobody's Perfect)
05 - Stand
06 - Hot and Cold
07 - All for the Glory
08 - Danger Us
09 - I'm an Animal
10 - When Lightning Strikes
11 - Say Yeah

Ao meu ver, o Kiss é uma banda que, musicalmente falando, melhorou com o tempo. Hoje até a voz do Gene me parece bem melhor (o que não significa que é ela boa!), mesmo ele estando mais velho. De todo modo, as músicas do início da carreira são as que eu acho mais interessantes, por causa dos solos de guitarra, da voz do Stanley e as vezes do Criss, etc. Resultado final: as melhores são as gravações mais recentes das músicas mais antigas!! Quanto ao álbum novo, de fato, não tentaram inovar. Até porque acho que poderia não representar um bom resultado (financeiro) para eles!

Mais do mesmo? Talvez. Rock n' Roll? Ainda e Sempre!

domingo, 15 de novembro de 2009

O problema da educação também é das elites


 Ah como é bom atualizar isso aqui, estava em falta! E agradeço a questão colocada pelo Lucas como uma idéia de postagem, que com certeza constitui um tema bastante amplo e complexo e que gera alguns desdobramentos interessantes.

Quando se fala em educação e no fato de que o Brasil enfrenta graves problemas com isso, a idéia que nos é remetida rapidamente é que o ensino público é a representação desses problemas. O descaso de alguns professores, os sérios problemas sociais que levam muitos a desistirem da escola ainda no seu nível básico, a falta de capacitação, recursos, metodologia avançada, enfim, muitos são os fatores (estruturais) que fazem a educação no Brasil ser um problema, e não uma solução, como foi em muitos países do outro lado do mundo, mas isso não vem ao caso agora.

A idéia é que felizmente esse problema é contornável, mas a longo prazo, evidentemente. Infelizmente, nunca pude perceber iniciativas educacionais de longo prazo nesse país, cujas diretrizes, desde que é país é: controlar os problemas quanto eles aparecem em suas circunstâncias específicas. O âmago da coisa nunca é discutido, trabalhado, nada.


Contudo, na verdade, essa não é a temática central dessa postagem.

"Se a educação pública no Brasil é ruim, eu pago um pouco mais agora para fazer um investimento na educação do meu filho: coloco ele numa escola particular para que depois ele faça universidade pública". Muitos já devem ter ouvido esse discurso, estou certo? No Brasil, a iniciativa privada na educação é tido como "padrão de qualidade", como "investimento de longo prazo" nos filhos. Basta ir às universidades públicas e medir o nível intelectual das pessoas. Certa vez ouvi uma frase que me marcou pra sempre: "não espere demais da universidade, o nível intelectual das pessoas não é maior". Independente da questão ser nível intelectual, amadurecimento, etc, não me parece que esse "investimento de longo prazo" dá resultados evidentes. Provavelmente muitos fazem suas carreiras a partir disso, mas não creio que esse padrão de qualidade seja tão significante assim.

Pois veja, a maioria das escolas privadas, num regime de competição TIPICAMENTE CAPITALISTA, se disputam para ver quem aprova MAIS, quem tem MAIS recursos tecnológicos, que tem MAIS espaço, etc. Ou seja, me parece que o padrão é puramente quantitativo. O aspecto qualitativo fica em segundo plano, o que é um contrasenso enorme, pois o motivo de existir educação é exatamente qualitativo!!! As empresas (sim, são empresas, é claro) deveriam no mínimo ter mérito pela busca de boa qualidade metodológica, bons professores capacitados, um sistema decidido a formar pessoas éticas e tudo, e não criar máquinas de fazer vestibular para enriquecer seus números, criando um círculo virtuoso para elas. E eu digo, somente para elas.

Essa discussão surgiu com a informação que o próprio Lucas me passou e que segue abaixo:

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=840130&page=116 (a segunda notícia)

Veja o ciclo expansivo de uma escola privada que compartilha de todos esses interesses capitalistas quantitativos e tudo mais aqui mencionados. Coloca-se a aquisição de uma escola com método e que provavelmente estimulam características mais interessantes do que a habilidade de fazer provas como por exemplo a criatividade. Vão "inovar" com um novo sistema de ensino especial, com MAIS recursos tecnológicos, MAIS espaço. E assim vai. Depois entrem no site da escola e vejam o que eles mesmo tem a dizer sobre isso. Me provoca algumas risadas internas de desespero.

Ficaria muito feliz com seu comentário Lucas, e de todos demais que possam comentar nessa postagem depois de um período ocioso!!

Mais postagem sobre esse tema educação ainda estão por vir..........