Ótimo assunto para se escrever quando não se está de muito bom humor: Propaganda Política.
Odeio, com todas as minhas forças. E às vezes me faz rir, de desgosto, talvez.
Na verdade, era para ser algo totalmente desnecessário, afinal, um representante da sociedade deveria receber votos a partir dos seus próprios méritos: da capacidade de intervenção em prol de um interesse coletivo, e não individual, da iniciativa e, claro, da popularidade, mas, digamos, de modo que ela seja construída com ações concretas e não com discursos demagogos.
Infelizmente e nosso país tem problemas SERÍSSIMOS nesse quesito. Via de regra, a enorme quantidade de escândalos gerada por meio de rixas políticas por meio de propagandas eleitorais gera, ao cabo, uma eleição de um determinado candidato que chegou ao posto muito menos pelos seus méritos e muito mais pela capacidade retórica/demagógica de convencer as pessoas a dedicarem seus momentos de democracia ao indivíduo, às vezes, com alguns incentivos a mais, de âmbito monetário, se é que vocês me entendem. Claro que existem exceções, mas a regra funciona mais ou menos assim.
Então, esse é mais um aspecto da superestrutura da sociedade capitalista que segue a velha lógica individualista, afinal, a carreira de um político parece estar muito mais associada aos recursos que esse move para a sua campanha (e os lobbies, propinas e escândalos representam alguns custos necessários para a empreitada), de modo a usufruir dos benefícios de ser eleito do que a uma representação social de fato. De novo, lembro que existem exceções e que, de fato, a política no seu sentido social existe aqui e em todo o resto do mundo, mas gostaria de ressaltar que também o âmbito político está dentro de uma esfera maior, a lógica capitalista, tema que venho tentando abordar sempre nesse blog. Mais distorções, mais contradições...
Em outras palavras, atento para que os políticos não são seres externos altamente corruptíveis pelo poder, que agem sempre de uma forma individualista e inescrupulosa por serem...políticos. Não, eles ainda são representantes sociais e, por isso mesmo refletem um caráter social da nossa sociedade! Portanto não coloquemos a culpa de nada neles pois toda a carniça está no âmago da lógica que resolvemos adotar para as nossas vidas.
O marketing também é uma coisa que surgiu com o capitalismo, devido a necessidade de divulgar as mercadorias e provocar consumo exagerado das grandes massas, visando, é claro, money money money. E aí temos uma linha tênue entre política e marketing...pessoal. Peraí, marketing pessoal para algo intrinsecamente social?
E que ***** ... Afinal, agora vão utilizar o meio virtual também para fazer propaganda política.
Se tem uma coisa que surgiu no sistema capitalista, mas que, intrinsecamente, me parece desprovido de uma lógica relacionada ao lucro individualista, apesar de ter sido criada no bojo de empresas que com certeza ganham muito dinheiro com isso...é a Internet. Existem muitas coisas que podem ser feitas no meio virtual que não precisam de dinheiro e, por isso, eu de fato acredito bastante no potencial da internet para uma inversão de paradigma no futuro. Mas é claro que sempre se arruma um jeito de usufruir desse meio para interesses individuais, marqueteiros, bla bla bla. E é isso que vai acontecer agora com a propaganda eleitoral.
¨%*&*%&*$%&... O Dep. João Bittar tá me seguindo no Twitter, pronto falei. É isso que me gerou raiva suficiente para fazer essa postagem, puto da vida, afinal se escancarou o fato de que agora teremos que aguentar propaganda eleitoral na internet.
PORQUE DIABOS aquele salafrário aproveitador de lares de idosos para conseguir votos* está ME seguindo no Twitter? Estou começando a achar que estão me considerando subversivo! Vão me considerar mesmo se verem isso aqui. Bom, estou usando a Internet para exercer liberdade de expressão.
*Tenho informações e depoimentos concretos que provam isso.
Essa postagem tem um intuito especial, além de desabafar. Saber a opinião de mais pessoas sobre propaganda eleitoral na internet. Pra mim vai ser um saco ter que aguentar isso aqui também.
O voto nulo significa descontentamento perante os candidatos existentes. Lembrem-se disso.
4 comentários:
CAra, ótimas observações! E realmente, que zona vai virar o twitter durante as eleições hein??? hauahuahauahuahauhauahaua
No mais, deixo o trecho de uma música de "uns carinha muito doido" que se encaixa bem na temática...
"Não consigo ser desonesto
Me eleger para o congresso
Não consigo enganar muita gente
Me eleger Presidente"
Engraçado, eu tirei título de eleitor, mas tenho a certeza de que meu voto será nulo. Acho que a desconfiança extrema que eu tenho com relação a estranhos e, esta, por sua vez, elevada a quinta potência quando esta pessoa é um político me faz desacreditar e ao mesmo tempo me deslocar do sistema político vigente. Concordo com os seus pontos Wagner, somos amigos e compartilhamos opiniões, mas acho que devemos ressaltar um outro defeito nos modelos políticos humanos, a hierarquia. Ela sempre será geradora de desigualdade e injustiça social. Como resolver isso em socidade?...
O blog está muito massa, desculpa a ausência nos últimos meses, você sabe, o cursinho toma tempo.
Um abraço,
Yllie.
Gostei muito desse post! Já li suas outras postagens, mas ainda não havia comentado em nenhuma.
Também não gosto de propaganda política. O engraçado é que para conquistar o voto do público às vésperas das eleições, os candidatos usufruem de todos os meios ilícitos possíveis para conseguirem o que querem. Não falo só da compra do voto, que muitas vezes passa despercebida, mas de infrações visíveis e gritantes, como a distribuição de santinhos e como os carros com alto falante que tocam aquelas músicas com o número do candidato e que passam em frente à minha casa às 23 HORAS, me acordando! Para mim esse é o cúmulo do desrespeito e do desassossego. A polícia ensaia fazer alguma coisa, mas não faz p*rra nenhuma. O uso da internet na proliferação da desgraça já era previsível. O Obama, mesmo, arrecadou doações de seus queridos democratas via website pessoal, o que financiou boa parte de sua campanha.
Agora, quero opinar sobre o que você disse a respeito do deputado João Bittar. Acho que as pessoas o criticam principalmente por sua obra Lar, e pelo fato de ele conseguir votos com esse trabalho.
Bem, em relação ao seu asterisco (votos*), eu conheço o projeto de perto, e conheço a assistência que ele oferece. Não quero que me considerem partidária do Democratas, porque é isso o que as pessoas fazem quando você elogia a ação de um político. É muito fácil e cômodo me encaixar num partido por causa de uma única opinião. Também não assino embaixo de tudo o que o João Bittar faz. Mas acho que ele foi feliz na construção do Lar, e acredito que se empenha em mantê-la quando busca doações junto aos empresários e à outros complementando a verba da Prefeitura que é insuficiente. Claro que a obra se tornou um dos carros chefes da sua campanha, mas ainda assim, disso tudo surgiu algo muito bom e, principalmente, permanente. O projeto se mantém cheio de necessidades, mas acolhendo as pessoas com o que lhe é possível, e se estende além do amparo aos idosos.
Achei importante fazer essa observação quanto à sua postagem porque eu, como você, também tenho informações e depoimentos concretos que embasam o que digo. Aliás, tenho o meu próprio depoimento.
Outra coisa, a sociedade deveria conhecer o Lar mais de perto, interagir com ele e compreender que direta ou indiretamente todos se beneficiam dele. Como? Por exemplo: a empregada doméstica, a operária e a comerciária deixam seus filhos pequenos na instituição para trabalhar, e muitas vezes trabalham numa das casas dessa própria instituição. É uma ilustração simples, mas a simplicidade não tira a sua importância.
Bem, é só.
Meus parabéns pelo blog, Wagner! Espero que este ano corrido não o impeça de continuar escrevendo! Um grande beijo!
Muito obrigado por esse enorme comentário Cecília uheauheahuuhahua
E sim, esse ano terrível está me impedindo de atualizá-lo, o que é ruim, mas já estou preparando uma nova postagem!
Quanto ao que você disse, acho que sobre qualquer assunto sempre vão existir visões positivas e negativas. Eu, até o momento, só tive contanto com depoimentos negativos, principalmente de, não pessoas que se beneficiaram do projeto, mas daquelas que trabalharam para ele. Com essas, o que pude perceber é que essa solidariedade também é aparente, do tipo daquela que comentei na postagem anterior. O João Bittar não faz isso porque é bonzinho, mas porque sabe que vai conseguir votos com isso. Votos significa eleição, que significa dinheiro, e a roda viva continua girando.
Isso não tira o crédito que tem o impacto positivo desse projeto. Apenas mostra o que está por trás. Infelizmente, não é com esse tipo de iniciativa, com esse tipo de lógica, que vamos alcançar uma transformação social relevante.
No entanto, ontem eu consegui acreditar um pouco mais no ser humano quando (sim, eu estava fazendo isso) assisti o "globo reporter" sobre o Chico Xavier. Na verdade, aquilo lá está parcialmente embasado no livro de Marcel Souto Maior chamado "As vidas de Chico Xavier", que li e te digo: é muito bom, independente da sua religião (e olha que eu não sou espírita). A vida do Chico mostra que é possível pensar em solidariedade sem interesses instrínsecos nem a partir do acontecimento de uma desgraça.
Continue aparecendo por aqui! Aliás, adoro esse tipo de comentário que traz informações novas para a postagem, como aconteceu naquela sobre a Cultura Racional!
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